O que é o efeito estufa e qual a importância?
Efeito estufa é um processo natural que ocorre quando certos gases presentes na atmosfera, como dióxido de carbono (CO₂), metano (CH₄) e vapor d'água (H₂O), retêm parte da radiação solar refletida pela superfície terrestre. A emissão excessiva desses gases, intensifica o efeito estufa, resultando no aquecimento global e alterações climáticas.
O efeito estufa é um processo natural essencial para manter o planeta aquecido. Sem ele, a Terra ficaria extremamente fria, tornando a vida de muitas espécies inviável. No entanto, a liberação excessiva desses gases na atmosfera intensifica esse efeito, dificultando a liberação de calor para o espaço e elevando as temperaturas globais.
Globalmente, os maiores emissores de gases que intensificam o efeito estufa incluem: combustão de combustíveis fósseis, desflorestamento, atividades pecuárias, práticas agrícolas, decomposição de resíduos orgânicos e atividades industriais.
Os gases mais conhecidos que contribuem para o efeito estufa são: Dióxido de Carbono (CO₂), Metano (CH₄), Óxido Nitroso (N₂O), Clorofluorcarbonetos (CFCs) e Vapor de Água (H₂O).
Esses gases são responsáveis por reter o calor na atmosfera.
1. Dióxido de carbono (CO2): é o mais encontrado entre os GEE. Uma das maiores emissões de gás deste tipo são na queima de combustíveis fósseis, como carvão e petróleo.
2. Gás metano (CH4): é o segundo gás que mais contribui para o aumento da temperatura, com poder de mais de 20 vezes que o dióxido de carbono. Provém de atividades ligadas a aterros sanitários, lixões e pecuária. Também são produzidos durante a digestão de animais ruminantes.
3. Óxido nitroso (N2O): as práticas agrícolas são as principais fontes de óxido nitroso por ação humana, como cultivo do solo, uso de fertilizantes nitrogenados e tratamento de dejetos. Esse gás tem potencial de aumentar a temperatura em 265 vezes mais que o dióxido de carbono.
4. Gases fluoretados: são produzidos pelo homem em atividades industriais, como os hidrofluorocarbonetos, usados em sistemas de arrefecimento e refrigeração; hexafluoreto de enxofre, usado na indústria eletrônica; perfluorocarbono, emitido na produção de alumínio; e clorofluorcarbono (CFC), que provoca o buraco na camada de ozônio.
5. Vapor d'água (H₂O): é o principal gás de efeito estufa, influenciando o clima ao formar nuvens e reter calor. Sua concentração varia com a temperatura atmosférica.
Qual a relação entre efeito estufa e aquecimento global?
A mudança climática é definida pela variação, por um longo período, da temperatura do planeta. Essa variação é causada pelo aumento da concentração de gases de efeito estufa (GEE), originada por fenômenos naturais, tendo como consequência o chamado efeito estufa. A intensificação desse efeito, principalmente por meio de atividades antrópicas, tem como consequência o aumento da temperatura da atmosfera e dos oceanos, causando o chamado aquecimento global.
O efeito estufa tem se agravado devido ao aumento na emissão de gases de efeito estufa. Esse crescimento exacerbado é provocado pela queima de combustíveis fósseis, tratamento de dejetos, uso de fertilizantes, atividades agropecuárias, processos industriais e desmatamento.
A concentração de gases de efeito estufa também pode provocar chuva ácida, afetando o solo, as águas e a vegetação.
Entre as principais consequências negativas do efeito estufa são:
- derretimento das calotas polares;
- aumento do nível do mar;
- inundações;
- insegurança alimentar;
- secas intensas
- escassez de água;
- elevação das temperaturas;
- extinção de espécies e danos ao ecossistema;
- incêndios severos
- tempestades severas;
- deslizamento de terra
Como evitar o aumento dos gases de efeito estufa?
Uma das principais formas é por meio do uso de fontes de energia renováveis e alternativas, com abandono gradativo do uso dos combustíveis fósseis. Outras ações cotidianas também podem ser adotadas, como a diminuição do uso de transportes, quando possível, ir a pé ou de bicicleta, transporte coletivo, uso de produtos biodegradáveis e coleta seletiva.
São ações para evitar o aumento dos gases de efeito estufa:
- Reduzir o consumo de combustíveis fósseis.
- Aumentar a eficiência energética.
- Plantar árvores e conservar florestas.
- Adotar energias renováveis.
- Consumir de forma consciente.
- Reduzir, reutilizar e reciclar resíduos.
- Apoiar políticas ambientais.
Protocolo de Kyoto
O Protocolo de Kyoto é um tratado internacional assinado em 1997 que estipula as metas de reduções obrigatórias dos principais gases de efeito estufa para o período de 2008 a 2012.
O Protocolo entrou em vigor no dia 16 de fevereiro de 2005, logo após o atendimento às condições que exigiam a ratificação por, no mínimo, 55% do total de países-membros da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas e que fossem responsáveis por, pelo menos, 55% do total das emissões de 1990.
Durante o primeiro período de compromisso, entre 2008-2012, 37 países industrializados e a Comunidade Europeia comprometeram reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) para uma média de 5% em relação aos níveis de 1990.
No segundo período de compromisso, as Partes se comprometeram diminuir as emissões de GEE em pelo menos 18% abaixo dos níveis de 1990 por um período de oito anos, entre 2013 e 2020. Cada país negociou a própria meta de redução de emissões em função de sua visão sobre a capacidade de atingi-la no período considerado.
O Brasil ratificou o documento em 23 de agosto de 2002, tendo sua aprovação interna se dado por meio do Decreto Legislativo nº 144 de 2002. Entre os principais emissores de gases de efeito estufa, somente os Estados Unidos não ratificaram o Protocolo. No entanto, continuaram com responsabilidades e obrigações definidas pela Convenção.
Acordo de Paris
Em 2015, foi assinado o Acordo de Paris, no qual os países membros da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) também estabeleceram metas de redução de emissões de gases de efeito estufa.
O Acordo, aprovado por 195 países, substitui o Protocolo de Kyoto com o objetivo de manter o aumento da temperatura média global em menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais e de envidar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.
Pelo tratado, os governos se comprometeram a agir e apresentaram planos de ação (que são chamadas de Contribuição Nacionalmente Determinada – NDC).
O atual compromisso brasileiro é o de reduzir as emissões em 37% até 2025 e em 50% até 2030, tendo como base os níveis de 2005.
O papel do Brasil
O Brasil tem atuado fortemente para acelerar a implementação de programas e tecnologias capazes de fazer o país avançar nas metas de redução de emissão de gases do efeito estufa – firmadas no Acordo de Paris. O Brasil também é um país central nas negociações sobre as mudanças climáticas.
Com a maior floresta tropical e um dos principais reservatórios de água doce do mundo, o país exibe uma grande biodiversidade e se destaca no desenvolvimento de matrizes enegéticas renováveis, de biocombustíveis e energia limpa.
Vale lembrar que o país promoveu a restauração de 15 milhões de hectares de pastagens degradadas e o reflorestamento de 12 milhões de hectares.
A Indústria faz parte da solução
A indústria é parte da solução do desenvolvimento sustentável e tem papel importante na redução de emissões de GEE, sendo capaz de dinamizar um ciclo virtuoso de geração de emprego e renda em direção a uma economia de baixo carbono, contribuindo com a descarbonização mundial.
O processo de transição para uma indústria de baixo carbono representa um desafio, mas também cria oportunidades para o desenvolvimento de processos mais eficientes, a inovação tecnológica e a criação de novos produtos.
A indústria brasileira, vem investindo, por exemplo, em melhorias da eficiência de processos existentes nas instalações atuais e futuras do parque industrial; na geração direta de energia a partir de fontes renováveis; e na substituição de combustíveis e matéria-prima por alternativas menos carbono intensivas.
A CNI tem mobilizado o setor produtivo e as autoridades com uma estratégia sustentada em quatro pilares: economia circular, transição energética, mercado de carbono e conservação florestal.
Em 2022, a CNI elaborou propostas para o governo brasileiro que foram apresentadas na Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP27). O documento reuniu as principais ações necessárias, elencadas pelo setor industrial, para dar continuidade ao desenvolvimento da agenda climática.
Confira a íntegra do documento Visão da Indústria para a COP27.
Além disso, a CNI tem liderado projetos de eficiência energética. Para se ter uma ideia, a energia que foi economizada com implementação da primeira edição do Programa Aliança é equivalente ao de uma cidade de 60 mil habitantes.
A iniciativa também evitou a emissão de 40 mil toneladas de gases do efeito estufa Essas medidas reduziram em R$ 122 milhões ao ano os custos operacionais das empresas.