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Embalagens Plásticas

Publicação: 23/01/2025
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O que é

Este estudo, elaborado pelo Observatório Nacional da Indústria, apresenta informações sobre a tecnologia de embalagens plásticas e o seu potencial de aplicação na indústria brasileira. Voltado a executivos de empresas, gerentes de inovação e pesquisadores, o trabalho demonstra dados gerais do mercado mundial e nacional, realiza uma análise patentária do setor, revela os principais produtores e usuários internacionais, além de desenhar o Ecossistema Nacional de Embalagens.

Objetivos

Na tentativa de solucionar o problema de falta de informações sobre as potencialidades de embalagens e suas aplicações, este estudo procura divulgar informações essenciais para o uso de embalagens no Brasil, estimulando o desenvolvimento e lançamento de produtos nacionais, orientar decisões estratégias do setor, bem como fortalecer o Ecossistema Nacional de Embalagens.  

Um produto fundamental para as empresas 

As embalagens de plástico são mais que um simples invólucro: elas são as responsáveis por entregar ao consumidor final um produto armazenado com qualidade, além de portar a identidade da marca e atrair o público. As embalagens de plástico, que têm o petróleo como matéria-prima, possuem várias características, como minimização do desperdício do produto embalado, proteção contra danos, prevenção de contaminação do produto, maior tempo de conservação do produto, resistência a quedas, higiene, segurança, leveza e durabilidade, versatilidade e reciclabilidade.   

Contudo, é necessário também considerar a sustentabilidade, uma vez que o descarte inadequado desses materiais pode prejudicar o meio ambiente e ameaçar a vida no planeta. As desvantagens do uso desses materiais incluem: 

  • potencial de acabar em aterros ou ser incinerado se não for facilmente reciclável 
  • danos à natureza devido ao descarte inadequado  
  • baixa biodegradabilidade 
  • migração de substâncias para alimentos 
  • custos de reciclagem potencialmente altos  
  • custos elevados de logística reversa  

Assim, um dos principais desafios do setor é encontrar novas maneiras de operar, garantindo embalagens adequadas que contribuam para a saúde do ecossistema, bem como para toda a cadeia de produção, distribuição, venda e consumo. A falta de regulamentação sobre o tema também é outra dificuldade enfrentada pelo setor. 

A Avaliação do Ciclo de Vida permite a ecoinovação, ou seja, a criação de novos produtos, inclusive mais ecológicos, desde a concepção até a eliminação. No que diz respeito à avaliação dos impactos ambientais da fabricação de plástico, o potencial de aquecimento global e a procura de energia primária destacam-se como as principais ameaças. Nesse contexto, é de grande importância a reciclagem de plástico, como a reciclagem mecânica.

Tecnologia 

As embalagens de plástico são divididas em flexíveis e rígidas. As flexíveis, que incluem sacolas, bastões, sachês ou rolos, podem ter sua forma alterada instantaneamente. Este segmento é o segundo maior e um dos que mais crescem na indústria de embalagens.  

Por outro lado, as embalagens de plásticos rígidos, feitas de materiais como Polipropileno (PP), Polietileno de alta densidade (HDPE) ou Polietileno (PET), são duráveis e leves, sendo utilizadas em várias indústrias, incluindo alimentos e bebidas, agricultura, aeroespacial, automotiva, cuidados pessoais e médica. Elas possuem alta resistência a impactos e rigidez.  

Diante das preocupações ambientais, os plásticos biodegradáveis e os bioplásticos (plásticos verdes) são frequentemente apontados como soluções para a poluição por plásticos por serem feitos a partir de matérias-primas renováveis. Criado em 2010 pela Braskem, o bioplástico é um produto de origem brasileira produzido a partir da cana-de-açúcar. Atualmente, o Brasil é líder global na produção desse material. No entanto, os plásticos verdes enfrentam desafios significativos e, em alguns casos, podem até agravar o problema.   

Os bioplásticos possuem as mesmas propriedades dos plásticos convencionais, mas, apesar de serem de origem renovável, os bioplásticos não são necessariamente biodegradáveis, podendo apenas serem reciclados.  

As evidências coletadas na última década indicam que os bioplásticos podem apresentar alguns dos mesmos problemas que os plásticos convencionais. Eles podem conter aditivos tóxicos e contaminantes e, apesar de serem feitos de polímeros à base de plantas, podem se fragmentar em microplásticos e persistir no meio ambiente por longos períodos.  Outra desvantagem dos bioplásticos é que eles podem contaminar o processo de reciclagem se não forem separados dos plásticos convencionais.  

Já os plásticos biodegradáveis são aqueles que, ao final de seu ciclo de vida, podem ser compostados em até 180 dias pela ação de microrganismos, sob condições específicas de calor, umidade, luz, oxigênio e nutrientes orgânicos. Geralmente, esses produtos são derivados de fontes vegetais como celulose e amido.  

Os problemas associados aos plásticos apresentam grandes desafios e não têm soluções fáceis. Alguns desses desafios incluem:  

  • a diversidade de tipos de plásticos com diferentes propriedades e usos, o que complica a reciclagem  
  • a não biodegradabilidade de muitos plásticos  
  • os impactos ambientais dos plásticos em todas as fases de seu ciclo de vida  
  • a dependência da sociedade em relação aos plásticos 
  • a falta de conscientização e educação sobre os impactos dos plásticos e práticas sustentáveis 
  • a influência e interesses financeiros da indústria de plásticos, que podem dificultar a implementação de regulamentações e a adoção de alternativas mais sustentáveis 

Nos últimos anos, novos materiais e tecnologias para embalagens surgiram de pesquisas em biotecnologia, nanotecnologia e ciência dos materiais, visando atender às demandas crescentes por conveniência, praticidade, segurança e eficiência. Algumas dessas inovações incluem:  

  • Materiais de alta barreira: ideais para embalagens que exigem alto desempenho, proporcionando uma barreira eficaz contra fatores externos 
  • Impressão digital de embalagens: revoluciona o design de embalagens, permitindo flexibilidade e personalização  
  • Embalagens inteligentes: fornecem informações sobre a embalagem e seu conteúdo, otimizando a cadeia de suprimentos  
  • Embalagens ativas: sistemas completos que vão além das funções tradicionais de proteção e conservação, interagindo com o ambiente ao redor para controlar e retardar a deterioração do produto 

Economia Circular 

A economia circular promove práticas de transição que vão além da simples reutilização, reparação, renovação e reciclagem: o que antes era considerado resíduo, agora é considerado um recurso. Ela busca transformar a abordagem de boas práticas em uma visão mais ampla que inclui: 

  • a minimização do consumo de recursos naturais 
  • a redução do consumo de energia 
  • a prevenção da geração de resíduos  
  • a maximização da valorização social e ambiental 

Isso é feito planejando de forma sustentável todo o ciclo de vida de um produto, desde sua concepção até seu descarte. Em contrapartida ao modelo de negócio da economia linear, onde os recursos são usados para produção, consumo e, por fim, se transformam em resíduos, o modelo circular adota uma estratégia diferente. Trata-se de um modelo de negócio restaurador que se concentra em ciclos contínuos e no uso sustentável dos materiais, podendo ser aplicado em qualquer escala de negócio, seja para organizações ou indivíduos, em nível regional ou global. 

Análise de Patentes 

Uma busca de patentes foi realizada na plataforma Derwent Innovation. Com o objetivo de ser levantar um panorama geral dos documentos de patentes, foram considerados todos os resultados possíveis. Além disso, foi utilizado um filtro que considerou as patentes “vivas” e patentes em que faltam alguma informação a ser considerada. Dessa forma, foram detectadas cerca de 499.997 patentes.  

De acordo com os resultados, os três países que mais depositam patentes nessa área são: China, Japão e Estados Unidos. O Brasil aparece na lista dos 15 primeiros na 11ª posição. 

Essas patentes são relacionadas com recipientes para armazenamento ou transporte de materiais, por exemplo:  

  • sacos, barris, garrafas, caixas, latas, cartões, caixotes, tambores, frascos, tanques, recipientes de encaminhamento  
  • acessórios, fechamentos ou encaixes para tais recipientes; elementos de embalagem  
  • materiais compósitos, produtos laminados e filmes  
  • pós-tratamento dos produtos moldados  
  • aditivos  
  • resinas e manufatura aditiva que compõem cerca de 56% desse conjunto de resultados

Mercado 

Os setores principais de embalagens de plástico tanto flexíveis quanto rígidas são os de alimentos e bebidas. As empresas estão cada vez mais focadas em preocupações ambientais, sociais e éticas, além do desempenho financeiro. Com o foco crescente em práticas ESG e os avanços tecnológicos em embalagens, empresas ao redor do mundo estão ajustando rapidamente suas estratégias. 

A expectativa é de que, até 2030, todas as embalagens plásticas consumidas na Europa devem ser recicláveis, conforme o novo Pacto Verde Europeu. Isso deve levar a indústria de embalagens de plástico flexível a reestruturar suas cadeias de suprimentos de produtos não recicláveis e incentivar a adoção de embalagens adequadas para reutilização e reciclagem. 

O mercado de plásticos flexíveis registrou USD 204,44 bilhões em 2022 e espera-se que atinja USD 256,67 bilhões em 2027. Já o mercado de plásticos rígidos registrou USD 249,4 bilhões em 2022, com previsão de chegar a USD 276,72 bilhões em 2027.  

 
A América do Norte e a Europa têm sido as regiões líderes na fabricação de produtos e embalagens de plástico devido à alta produtividade, resultando em alto consumo. No entanto, essas regiões estão perdendo participação para economias emergentes como a China, onde as empresas estão investindo mais devido ao menor custo de produção associado à mão de obra e matéria-prima. 
 
 
O que impulsiona a demanda por plásticos flexíveis é a indústria alimentícia e de bebidas, que detém 74,5% da receita global (2022).  
 
 

Em 2022, o mercado registrou USD 14,31 bilhões em receita, com previsão de alcançar a marca de USD 17,4 bilhões em 2027.  

Ecossistema 

As indústrias e os consumidores que utilizam esses produtos são atores-chave que podem influenciar e exercer pressão sobre os produtores e processadores de plástico com base em suas escolhas de consumo. Os atores do fim da vida do plástico são as empresas e governos responsáveis pela gestão dos resíduos plásticos.  

 
O ecossistema de embalagens plásticas no Brasil é composto por diversos players, incluindo universidades, centros de pesquisa e gestores de resíduos. Este robusto ecossistema é capaz de apoiar novos investimentos no setor, sustentar as empresas existentes e gerar novas empresas e empregos, contribuindo significativamente para o crescimento e a competitividade empresarial no país.  
 
 

Órgãos governamentais nacionais e internacionais, bem como outras instituições não governamentais, podem influenciar todas as partes da cadeia de valor do plástico através da implementação de legislação, estabelecimento de metas ou aplicação de pressão sobre os atores envolvidos.    
 
O nível de regulamentação na indústria global de produtos de plástico e embalagens varia por região. Globalmente, a regulamentação é baixa, mas em economias mais desenvolvidas torna-se moderada. Regulações ambientais são mais comuns em regiões com maior poder econômico, onde as empresas podem investir em equipamentos modernos. No entanto, países com regulamentação mais fraca, como a China, conseguem produzir produtos de plástico mais baratos.  

No Brasil, a gestão de resíduos plásticos ainda é incipiente. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) estabelece princípios e estratégias para minimizar problemas relacionados à destinação inadequada de resíduos sólidos. No entanto, a falta de planos de gerenciamento de resíduos sólidos eficazes tanto no setor público quanto privado dificulta a implementação de políticas públicas nessa área. Há uma necessidade de legislação específica sobre plástico, semelhante ao que existe para agrotóxicos e óleo lubrificante usado.  

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