O que é

Trata-se de estudo sobre o envelhecimento da população de trabalhadores da indústria brasileira desenvolvido a partir da colaboração entre o Observatório Nacional da Indústria e a pesquisadora Ana Amélia Camarano, referência em estudos demográficos com ênfase em Envelhecimento Populacional. No estudo, buscou-se analisar o cenário do envelhecimento ocupacional e compreender seus impactos para a produtividade, qualidade de vida e situação de saúde destes trabalhadores da indústria. A partir da compreensão do cenário atual e das tendências de futuro sobre o envelhecimento da força de trabalho, torna-se possível o desenvolvimento de estratégias, programas e ações de saúde que permitam a melhoria e/ou manutenção das condições de trabalho que promovam a qualidade e segurança do trabalho e a longevidade dos trabalhadores.

O estudo traz dados, projeções e análises fundamentais para embasar as ações e programas de saúde desenvolvidos pelo SESI, permitindo a capacitação das áreas de saúde e segurança nas indústrias a compreenderem os desafios do envelhecimento populacional e do novo paradigma demográfico que estamos vivenciando - afirma o coordenador do estudo, Vitor Átila do Prado Mendes.

Os gráficos abaixo resumem alguns dos resultados do estudo e analisam a população em idade ativa por grupos de idade e a população ocupada que apresentam ao menos uma morbidade:

Objetivos

Compreender e discutir os impactos do novo paradigma demográfico para a população de trabalhadores da indústria, considerando os seguintes fatores:

• Crescimento das famílias de filho único
• Elevada esperança de vida ao nascer e nas idades avançadas
• Redução da população e da força de trabalho
• Super envelhecimento
• Novo perfil epidemiológico

Confira abaixo um gráfico que demonstra a atual distribuição da população economicamente ativa no Brasil:

Resultados e achados

Considerando o novo paradigma demográfico, a projeção é de que haja uma diminuição do contingente populacional a partir de 2035, inclusive da força de trabalho e do super envelhecimento da população. A redução da oferta de força de trabalho e o seu envelhecimento é um dos desafios importantes trazidos por este novo regime demográfico.

O desafio vem do fato de a força de trabalho ser o segmento responsável pela maior parte da produção econômica do país. A sua dinâmica, portanto, tem consequências importantes para a economia. Este fator combinado com a demanda crescente por aumentos de produtividade e as pressões previdenciárias requerem a adoção de medidas e políticas que adequem as condições de trabalho para a população que envelhece a fim de manter e promover a capacidade funcional dessas pessoas e adiar a sua saída das atividades econômicas. 

Este adiamento é coerente com o aumento da esperança de vida ao nascer. Os trabalhadores da indústria são afetados por todas essas transformações. A idade avançada e invalidez resultam em perda de capacidade laborativa que pode ser causada por doenças crônicas decorrentes da idade, de acidentes, de condições de trabalho inadequadas, etc. Esses fatores atingem a população trabalhadora em idades diferentes, o que muitas vezes pode resultar em uma saída “precoce” da atividade econômica. 

Confira abaixo alguns gráficos que detalham, por diferentes recortes, o panorama de morbidades na população ocupada:

É possível observar atualmente a convivência de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais típicas da indústria com a expansão de doenças crônicas típicas de uma sociedade pós-industrial e envelhecida.  Este estudo, portanto, se propõe a discutir todas estas questões centrais para a gestão do cuidado em saúde dos trabalhadores industriais e para a manutenção da produtividade industrial nacional considerando o novo paradigma demográfico. Confira o estudo na íntegra abaixo:

OVC - Objeto Visual de Conhecimento