indústria de a - z

Indústria 4.0: Entenda seus conceitos e fundamentos

Automação industrial robô soldador computadorizado, exemplo de inovação da indústria 4.0

A Indústria 4.0 também chamada de Quarta Revolução Industrial, engloba um amplo sistema de tecnologias avançadas como inteligência artificial, robótica, internet das coisas e computação em nuvem que estão mudando as formas de produção e os modelos de negócios no Brasil e no mundo.

Inteligência artificial, robótica, nuvem e internet das coisas. Termos que há alguns anos não eram nada conhecidos, hoje já fazem parte do cotidiano de todos nós. São tecnologias que fazem parte de um conceito bem familiar no setor industrial: a Indústria 4.0.

Batizada também de 4ª Revolução Industrial, esse fenômeno está mudando, em grande escala, a automação e troca de dados, bem como as etapas de produção e os modelos de negócios, por meio do uso de máquinas e computadores. Inovação, eficiência e customização são as palavras-chave para definir o conceito de Indústria 4.0.

Outros temas: Metrologia Industrial, Empreendedorismo, Lean Manufacturing, Reforma Tributária, Legislação Trabalhista

A Indústria 4.0 tem impacto significativo na produtividade, pois aumenta a eficiência do uso de recursos e no desenvolvimento de produtos em larga escala, além de propiciar a integração do Brasil em cadeias globais de valor.

Além disso, implicará em transformações na gestão empresarial, principalmente em dois aspectos.

O primeiro está relacionado à estratégia para implementar tecnologias, como a cooperação entre as áreas de tecnologia de informação (TI) e as de produção.

Nesta página você vai encontrar:
 
Seta bullet point, indicando tópicos de âncoras Seta bullet point, indicando tópicos de âncoras Seta bullet point, indicando tópicos de âncoras Seta bullet point, indicando tópicos de âncoras Seta bullet point, indicando tópicos de âncoras Seta bullet point, indicando tópicos de âncoras Seta bullet point, indicando tópicos de âncoras Seta bullet point, indicando tópicos de âncoras

O que é a indústria 4.0?
 

A Indústria 4.0 é um conceito que representa a automação industrial e a integração de diferentes tecnologias como inteligência artificial, robótica, internet das coisas e computação em nuvem com o objetivo de promover a digitalização das atividades industriais melhorando os processos e aumentando a produtividade.

Conheça outros temas: Tecnologia 5G , Engenharia, Segurança Jurídica, Segurança e Saúde no Trabalho 

 

Quais são as principais tecnologias da Indústria 4.0?

 

A incorporação da Robótica Avançada, dos Sistemas de Conexão Máquina-Máquina, da Internet das Coisas e dos Sensores e Atuadores utilizados nesses equipamentos possibilita que máquinas “conversem” ao longo das operações industriais.

Isso pode permitir a geração de informações e a conexão das diversas etapas da cadeia de valor, do desenvolvimento de novos produtos, projetos, produção, até o pós-venda.


Sãos exemplos de tecnologias utilizadas na industria 4.0:
 

1. Inteligência artificial: aplicação de análise avançada e técnicas baseadas em lógica, incluindo aprendizado de máquina, para interpretar eventos, analisar tendências e comportamentos de sistemas, apoiar e automatizar decisões e realizar ações.

2. Computação em nuvem: é a distribuição de serviços de computação – servidores,
armazenamento, bancos de dados, redes, software, análises, inteligência – pela Internet, com utilização de memória, capacidade de armazenamento e cálculo de computadores e servidores hospedados em Datacenter, proporcionando recursos flexíveis e economia na escala. A computação em nuvem permite às empresas acessar recursos computacionais abundantes como um serviço e a partir de distintos dispositivos remotos. Desta forma evitam-se investimentos altos em equipamentos e equipe de suporte, permitindo a empresas focarem seus investimentos nas suas atividades principais.

3. Big data: é uma abordagem para atuar em dados com maior variedade e complexidade, que chegam em volumes crescentes e com velocidade cada vez maior, usados para resolver problemas de negócios. Esses conjuntos de dados são tão volumosos que o software tradicional de processamento de dados não consegue gerenciá-los. São utilizadas técnicas estatísticas e de aprendizagem de máquina para extrair informações relevantes aos negócios, inferências e tendências não possíveis de se obter com uma análise humana.

4. Cyber segurança: é um conjunto Infraestruturas de hardware e software voltado para a proteção dos ativos de informação, por meio do tratamento de ameaças que põem em risco a informação que é processada, armazenada e transportada pelos sistemas de informação que estão interligados.

5. Internet das coisas: interconexão entre objetos por meio de infraestrutura habilitadora (eletrônica, software, sensores e/ou atuadores), com capacidade de computação distribuída e organizados em redes, que passam a se comunicar e interagir, podendo ser remotamente monitorados e/ou controlados, resultando em ganhos de eficiência.

6. Robótica avançada: dispositivos que agem em grande parte, ou parcialmente, de forma autônoma, que interagem fisicamente com as pessoas ou seu ambiente e que são capazes de modificar seu comportamento com base em dados de sensores.

7. Manufatura digital: é o uso de um sistema integrado, baseado em computador, que
consiste em simulação, visualização 3D, análises e ferramentas de colaboração para criar definições de processos de manufatura e produto simultaneamente.

8. Manufatura aditiva: consiste na fabricação de peças a partir de um desenho digital
(feito com um software de modelagem tridimensional), sobrepondo finas camadas de
material, uma a uma, por meio de uma Impressora 3D. Podem ser utilizados materiais
como plástico, metal, ligas metálicas, cerâmica e areia, entre outros.

9. Integração de sistemas: união de diferentes sistemas de computação e aplicações de software física ou funcionalmente, para atuar como um todo coordenado, possibilita a troca de informações entre os diferentes sistemas. Permite a empresas um olhar abrangente sobre o seu negócio. As informações em tempo real sobre o processo produtivo influenciam a tomada de decisões gerenciais mais rapidamente bem como decisões estratégicas sobre o negócio da empresa conseguem ser mais facilmente implantadas na planta de produção. Somente a instalação de pacotes ERP não se enquadram, mas a sua integração a sistemas de controle da produção industrial sim.

10. Sistemas de simulação: utilização de computadores e conjunto de técnicas para gerar modelos digitais que descrevem ou exibem a interação complexa entre várias variáveis dentro de um sistema, imitando processos do mundo real.

11. Digitalização: consiste no uso de tecnologias digitais para transformar processos de produção, de desenvolvimento de produtos e/ou modelos de negócios, visando a otimização e eficiência nos processos. A transformação digital abrange: projeto e implementação de plano de digitalização, sensoriamento, aquisição e tratamento de dados.

Quais os benefícios da industria 4.0?  

Os benefícios alcançados com a implantação da indústria 4.0 são muitos. O uso das tecnologias digitais na indústria permitiram aumentar em 22%, em média, a capacidade produtiva de micro, pequenas e médias empresas dos segmentos de alimentos e bebidas, metalmecânica, moveleiro, vestuário e calçados. 

Muitos ainda acreditam que falar de indústria 4.0 é falar de ferramentas complexas, extremamente caras, e que somente grandes empresas com atuação internacional têm acesso ao novo modo de produção. 

VEJA TAMBÉM: Empresas ganham em produtividade com a indústria 4.0

 

Quais os desafios da Indústria 4.0 no Brasil?


O desenvolvimento da Indústria 4.0 no Brasil envolve desafios que vão desde os investimentos em equipamentos que incorporem essas tecnologias, à adaptação de layouts, adaptação de processos e das formas de relacionamento entre empresas ao longo da cadeia produtiva, criação de novas especialidades e desenvolvimento de competências, entre outras.

VEJA TAMBÉM: Desafios para Indústria 4.0 no Brasil

O cruzamento de informações que permite conectar o pedido de compra, a produção e a distribuição de forma autônoma, sem que pessoas precisem tomar decisões a todo o momento, por exemplo, exigirá novas formas de gestão e engenharia em toda a cadeia produtiva.

Poucas empresas estarão preparadas para enfrentar todas estas mudanças de um vez. Existem, por outro lado, milhares de empresas que deverão participar do processo de difusão dessas novas tecnologias paulatinamente, de acordo com suas trajetórias, suas capacitações e suas estratégias.

Nesse contexto, o foco de uma iniciativa visando ao desenvolvimento da Indústria 4.0 no Brasil deve ser o de empresas que mais cedo entrarão no novo paradigma e estimular as demais a apressarem sua inserção na nova onda, sob risco de não conseguirem sobreviver no novo ambiente competitivo. Além disso, a Indústria 4.0 contribui para uma maior participação do país nas cadeias globais de valor.

 

Quais os impactos da Indústria 4.0 no Brasil?

A Indústria 4.0 já vem promovendo transformações relevantes na economia brasileira. A digitalização dos processos produtivos — com tecnologias como Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial, computação em nuvem e automação avançada — tem ampliado a eficiência, a produtividade e a competitividade do setor industrial.

Estudos realizados nos últimos anos estimaram os possíveis efeitos dessas inovações. A Accenture, por exemplo, projetou que a adoção da IoT poderia agregar até US$ 39 bilhões ao PIB brasileiro até 2030 — uma meta que segue viável, embora ainda dependa de avanços importantes no ambiente de negócios, infraestrutura e regulação.

Já a consultoria McKinsey estimou que, até 2025, os processos relacionados à Indústria 4.0 poderiam reduzir custos de manutenção de equipamentos entre 10% e 40%, reduzir o consumo de energia entre 10% e 20% e aumentar a eficiência do trabalho entre 10% e 25%.

Parte desses impactos já pode ser observada em empresas que investiram em digitalização. No entanto, a consolidação desses ganhos em larga escala continua exigindo uma agenda coordenada de políticas públicas, capacitação profissional e modernização da infraestrutura industrial. 

A disseminação da Indústria 4.0 também está redefinindo os contornos da política industrial brasileira. Entre os principais efeitos estruturais, destacam-se:

  1. Redução das vantagens comparativas tradicionais, como o baixo custo de mão de obra, substituídas por ganhos de produtividade e automação;

  2. Maior integração entre empresas, fornecedores e clientes, exigindo cadeias produtivas mais conectadas e colaborativas;

  3. Reconfiguração da competitividade, que passa a ocorrer entre ecossistemas e não apenas entre empresas isoladas;

  4. Novos modelos de negócio, com forte presença digital, redefinindo produtos, serviços e setores inteiros;

  5. Escalonamento das operações, com digitalização permitindo acesso a novos mercados e maior eficiência;

  6. Surgimento de novas profissões e demanda por requalificação, reforçando o papel da educação técnica e tecnológica.

Em resumo, a Indústria 4.0 deixou de ser apenas uma tendência e passou a fazer parte da realidade das empresas brasileiras. A questão central agora é ampliar sua adoção de forma inclusiva e estratégica, garantindo que o Brasil aproveite seu potencial transformador até o final da década.

Como fica o mercado de trabalho para a Indústria 4.0?
 

Com as mudanças promovidas pela digitalização industrial, o mercado de trabalho passou a exigir novas competências técnicas e comportamentais. O profissional da Indústria 4.0 já precisa hoje estar adaptado a esse novo contexto, cada vez mais tecnológico, interconectado e dinâmico.

A qualificação profissional é essencial, especialmente em áreas como programação, robótica colaborativa, inteligência artificial e análise de dados. Ao mesmo tempo, é cada vez mais valorizado o desenvolvimento de competências socioemocionais, como criatividade, resolução de problemas, comunicação, liderança e pensamento crítico.

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) identificou que várias profissões de nível médio e superior estão sendo transformadas ou ganhando destaque com base nas necessidades das indústrias que apostam fortemente em tecnologias digitais para manter sua competitividade. Estudos apontaram o surgimento ou fortalecimento de cerca de 30 novas ocupações, distribuídas em oito grandes áreas:

  • Automotiva
  • Alimentos e bebidas
  • Máquinas e ferramentas
  • Petróleo e gás
  • Têxtil e vestuário
  • Química e petroquímica
  • Tecnologias da informação e comunicação
  • Construção civil

Essas transformações já estão em curso, e a demanda por profissionais qualificados nessas áreas deve continuar crescendo ao longo da década. Para acompanhar esse movimento, o investimento em educação profissional, formação técnica e aprendizagem contínua é estratégico tanto para trabalhadores quanto para empresas.

VEJA TAMBÉM: Quais são as habilidades exigidas na indústria para o profissional 4.0?

 

Veja algumas profissões voltadas para indústria 4.0:

 

Setor Automotivo

1 - Mecânico de veículos híbridos

2 - Mecânico especialista em telemetria

3 - Programador de unidades de controles eletrônicos

4 - Técnico em informática veicular

 

Tecnologias da Informação e Comunicação

1 - Analista de IoT (internet das coisas)

2 - Engenheiro de cibersegurança

3 - Analista de segurança e defesa digital

4 - Especialista em big data

 

Setor de Alimentos e Bebidas

1 - Técnico em impressão de alimentos

2 - Especialista em aplicações de TIC para rastreabilidade de alimentos

3 - Especialista em aplicações de embalagens para alimentos

 

Construção Civil

1 - Integrador de sistema de automação predial

2 - Técnico de constução seca

3 - Técnico em automação predial

4 - Gestor de logística de canteiro de obras

 

Têxtil e Vestuário

1 - Técnico de projetos de produtos de moda

2 - Engenheiro em fibras têxteris

3 - Designer de tecidos avançados

 

O SENAI tem cursos direcionados à Indústria 4.0

Acesse o Futuro.Digital e o site do SENAI e explore as melhores opções de cursos para se qualificar para o mercado.

 

Qual a propostas para a Indústria 4.0 no Brasil ?
 

Nos últimos anos, a Indústria 4.0 deixou de ser uma tendência futura para se tornar uma realidade em diversos países. Governos das principais potências econômicas colocaram a transformação digital no centro de suas políticas industriais, impulsionando investimentos em automação, internet das coisas, inteligência artificial e manufatura avançada.

Esse movimento global impôs um duplo desafio ao Brasil: incorporar essas tecnologias com agilidade para não ampliar o gap de competitividade com os concorrentes internacionais, e fazê-lo de forma adaptada à alta heterogeneidade da indústria brasileira — formada por grandes empresas de ponta e por milhares de micro e pequenas indústrias com realidades muito distintas.

Desde 2018, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) tem atuado ativamente para impulsionar a transformação digital no setor industrial. Em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e outras instituições, foi construída uma agenda de propostas para a Indústria 4.0 no Brasil, elaborada no âmbito do Conselho Temático de Política Industrial e Desenvolvimento Tecnológico (COPIN).

Essa agenda segue atual e tem servido de base para a transição rumo à Indústria 5.0, ao incorporar também temas como sustentabilidade, resiliência e centralidade humana. A seguir, estão as principais diretrizes da proposta:

Aplicações nas cadeias produtivas e desenvolvimento de fornecedores:


1. Identificar setores e perfis de empresas com maior potencial para adoção de tecnologias digitais;

2. Mapear setores sob maior pressão competitiva para transformação no curto e médio prazo;

3.  Identificar setores/tipos de empresas onde possam ser gerados maiores efeitos demonstração para outras empresas e maior impacto na competitividade ao longo da cadeia;

4. Criar programas para desenvolvimento de fornecedores de bens e serviços ligados às tecnologias digitais para as cadeias/setores selecionados;

5. Elaborar planejamentos estratégicos para o desenvolvimento das cadeias/setores selecionados.
 

Mecanismos para induzir a adoção das novas tecnologias


1. Criação de sistemas de demonstração das tecnologias associadas à indústria 4.0, aplicados a setores priorizados;

2. Aperfeiçoar a tributação destinada aos setores selecionados, para que não seja um entrave ao investimento;

3. Criar mecanismos de financiamento em condições diferenciadas para o desenvolvimento e adoção dessas tecnologias.


Desenvolvimento tecnológico


1. Desenvolver programas/serviços de prospecção tecnológica;

2. Identificação de segmentos/nichos com maior espaço para o desenvolvimento tecnológico nacional;

3. Criar programas de desenvolvimento de tecnologias específicas para as necessidades brasileiras (mission oriented), como plataformas tecnológicas demonstrativas ou testbeds;

4. Direcionar o esforço de ICT e empresas para o desenvolvimento de determinadas tecnologias, adotando o modelo de plataformas tecnológicas, entre outras possibilidades;

5. Fortalecer o intercâmbio tecnológico e comercial, principalmente com países líderes nessas tecnologias.


Infraestrutura digital e conectividade


1.  Expandir investimentos em banda larga de alta qualidade para áreas industriais;

2.  Revisar o modelo de telecomunicações a fim de que os recursos públicos possam ser utilizados para viabilizar investimentos de infraestrutura de telecomunicação, independente do regime de prestação do serviço;

3. Apoiar projetos de conectividade voltados para distritos industriais e regiões com menor acesso.


Aspectos regulatórios


1. Revisar o modelo de telecomunicações a fim dos recursos públicos possam ser utilizados para viabilizar investimentos de infraestrutura de telecomunicação, independente do regime de prestação do serviço;

2. Oferecer proteção intelectual adequada;

3. Garantir que a legislação sobre tratamento de dados pessoais não impeça o fluxo de dados internacional, tampouco a coleta e o tratamento de dados em sistemas máquina-máquina;

4.  Adotar padrões de cibersegurança a fim minimizar o número de ciberataques, bem como legislação adequada prevenir e responder aos incidentes;

5.  Adotar uma abordagem internacional relacionada à regulamentação técnica para minimizar eventuais efeitos negativos relacionados à falta de interoperabilidade.


Formação de recursos humanos


1. Criação de novos cursos técnicos para atender necessidades específicas;

2. Reformulação de cursos nas áreas de engenharia, administração e entre outros, para adequar as novas necessidades dessas tecnologias;

3. Criação de cursos de gestão da produção multidisciplinar com ênfase em Indústria 4.0;

4. Incentivar programas de competências tecnológicas nas empresas.


Articulação institucional


1.  Participação e construção de grupos de trabalho reunindo os diversos órgãos do governo envolvidos com o tema;

2.  Elaborar um plano conjunto, entre ministérios e instituições, para o desenvolvimento da Indústria 4.0 no Brasil e determinação de um órgão gestor centralizado, como forma de explorar sinergias e integrar instrumentos de política sob o controle de diferentes órgãos;

3.  Promoção de feiras, seminários e congressos sobre o tema.

Estatísticas